Para a aposentada Maria Martins, “uma pessoa que não sabe ler e escrever é como um cego que só enxerga o suficiente para caminhar”
O programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação, representa uma nova oportunidade de frequentar à escola para quem não conseguiu estudar na adolescência. Em Canguçu, foram formadas 11 turmas para educação de jovens e adultos em outubro. Na turma de 15 alunos que se reúne três vezes por semana no bairro Vila Nova, em uma sala improvisada na creche Madre Madalena, a história de cada um deles apresenta semelhanças: a maioria precisou trocar os livros pelo trabalho desde muito cedo. Alguns, jamais entraram em uma escola. Mas, há pouco mais de dois meses, eles se apegaram a uma nova oportunidade. O projeto de alfabetização tem mudado a vida destas pessoas, a maioria delas com mais de 50 anos e família formada. São pais, mães, avôs e avós que encontram tempo após a jornada de trabalho para aprender. “Eles vêm para a aula com perspectiva de melhorar a vida, de realizar sonhos: uns desejam tirar carteira de habilitação, outros querem ler a Bíblia”, exemplifica a professora Loeci Furtado Vilela, que tem mais de 8 anos de experiência na alfabetização de jovens e adultos.
Seu Noeli Cavalheiro é um exemplo de persistência. Aos 74 anos, trabalha como pedreiro, muitas vezes em empreitadas na zona rural. Mesmo cansado, ele dificilmente falta às aulas, segundo a professora. “Me sinto bem aqui, Converso com os colegas e vejo que estou aprendendo mais”, diz o aluno. O casal de aposentados Jesus da Silva, 75 anos, e Maria Martins, 70, vai junto para a aula. Ele jamais havia entrado em uma sala de aula. Dona Maria frequentou um projeto semelhante, chamado “Todas as Letras”, há 7 anos, que foi interrompido e deixou dezenas de alunos sem poder continuar estudando. O aprendizado que teve naquele período foi suficiente para se tornar mais independente. “Eu tinha dificuldade para identificar as lojas e consultórios médicos onde precisava entrar.Com o que aprendi até aqui, já não tenho mais este problema. Me sinto realizada”, conta dona Maria. “Uma pessoa que não sabe ler e escrever é como um cego que só enxerga o suficiente para caminhar”, resume a dona de casa, famosa no bairro Vila Nova pela produção de rapadurinhas de amendoim e de leite.
A doméstica Eluza Furtado, 50 anos, recentemente fez o pedido de uma nova carteira de identidade. Desta vez, ela assinou o nome no documento. Foi uma conquista pessoal. A rotina de trabalho dela inclui diversas idas ao mercado durante a semana. “Eu tinha dificuldade para diferenciar os produtos na prateleira e escolher qual era indicado para limpeza do banheiro ou para limpeza da cozinha, por exemplo. Precisava pedir ajuda para os funcionários do mercado”, recorda. A dificuldade aumentava na hora de pagar e conferir o troco. “Agora vou ao mercado, entrego o dinheiro e sei exatamente quanto devo receber de troco”, comemora. De história sofrida, a dona de casa Cleuza Farias Souza, 57, viu no encontro com os colegas uma forma de fugir dos dramas enfrentados na vida. Ela perdeu um filho de três anos de idade em um acidente doméstico. A dor foi prolongada pela morte do marido, poucos anos depois. “Estudei até os 12 anos e fui tirada da escola para ajudar no trabalho da lavoura. Gosto de vir para a aula, de conversar com os colegas”, revela dona Cleuza, que em algumas aulas tem a companhia da neta de 4 anos, uma das suas incentivadoras. “É muito gratificante poder interferir de forma positiva na vida de pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar. Vejo que os alunos estão progredindo e melhorando de vida. Eu também aprendo com eles”, diz a professora Loeci.
Das 11 turmas espalhadas pelo município, duas ficam na cidade: além desta, há um grupo de alunos estudando no bairro Izabel e outro no Presídio Estadual, no bairro Triângulo. Na zona rural foram formados quatro grupos no 5º Distrito e três no 3º Distrito. Na Lacerda, 1º Distrito, os internos do Lar de Idosos Bom Samaritano também integram o projeto. André Santos é o coordenador de cinco das 11 turmas. Ele apoia os trabalhos desenvolvidos nos bairros Vila Nova e Izabel, duas turmas na localidade do Santo Antônio e uma na Boa Vista, ambas no 3º Distrito. “Os alunos têm seus compromissos e frequentam as aulas porquê gostam deste ambiente. Aqui, eles aprendem a ler, a escrever e encontram amigos”, avalia Santos. Após ver o andamento das turmas que coordena, ele aposta que o projeto vai se tornar mais sólido em 2014. “Hoje temos cerca de 110 alunos em sala de aula. Acredito que podemos dobrar este número no próximo ano, pois, ao identificar que há continuidade, os alunos se sentem mais motivados e incentivam os amigos a voltarem para a escola”, projeta o coordenador. André Santos afirma que o 1º ciclo do programa Brasil Alfabetizado será concluído em maio de 2014. Após esse período, haverá uma avaliação de cada turma para identificar quais alunos precisam continuar estudando. Aqueles que apresentarem bom desempenho podem ser encaminhados para avançar de etapa e poderão ser inscritos em programas como a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Fonte: http://www.cangucuonline.com.br/index.php?menu=noticia&categoria=13¬icia=8183
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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Fórum Permanente de Coordenadores e Supervisores de Escolas de Ensino Médio da 5ª CRE
No dia 06 de Dezembro de 2013, ocorreu o Fórum Permanente de Coordenadores e Supervisores de Escolas de Ensino Médio da 5ª CRE. O evento ocorreu no auditório interno do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, em Pelotas, tendo como tema central a orientação para o encerramento do ano letivo de 2013 e o inicio do ano letivo 2014.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
D. Joaquim Ferreira de Mello recebe premiações
A Escola
D. Joaquim Ferreira de Mello esteve participando nesta quarta-feira, 18, do
Concurso Cultural de Dança e Teatro do Colégio Cassiano do Nascimento em
Pelotas. No evento recebeu premiação nas categorias de melhor atriz, melhor
ator, melhor figurino e melhor dança.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Exposição 5ª CRE
Estão expostos na 5ª CRE alguns trabalhos realizados durante o ano de 2013 pelos alfabetizadores do PNAIC das escolas do campo de Canguçu, Amaral Ferrador e São Lourenço do Sul e das escolas de Cristal e São Lourenço do Sul. Entre os materiais expostos, encontram-se projetos como "O primeiro livro", "Livros dos números", "Livro da Vida", reproduções de obras de artes, etc. Os materiais foram fruto do trabalho com alunos do primeiro ao terceiro ano do Ensino Fundamental.
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terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Cinco Escolas contempladas com o Laboratório Móvel
Nesta sexta-feira, 13, cinco escolas da região Sul foram contempladas
com o Laboratório Móvel que conta com 35 laptops para uso pedagógico do Ensino
Médio. Os equipamentos fazem parte da política de valorização da educação, implementada
pelo Governo do Estado com os Programas “RSMaisDigital” e “Província de São
Pedro” da Seduc. Ambos os programas
tratam da modernização tecnológica do Estado do Rio Grande do Sul e têm por
finalidade proporcionar e aprimorar a formação de estudantes, bem como dos
professores, viabilizando que o laboratório de informática vá até onde os
estudantes estejam.
As Escolas contempladas foram de quatro municípios, sendo
elas o Colégio Estadual Cassiano do Nascimento e o Instituto Estadual de
Educação Assis Brasil em Pelotas, a Escola Estadual de Ensino Médio Presidente
Castelo Branco em Capão do Leão, o Instituto Estadual de Educação Ponche Verde
em Piratini e o Instituto Estadual de Educação DR Walter Thofehrn em São
Lourenço do Sul.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
10º Natal da Cidadania
Nesta
terça-feira (10) ocorreu o 10º Natal da Cidadania. O evento aconteceu no Parque
D. Antônio Zattera (Avenida Bento Gonçalves), próximo ao altar da Pátria. Entre
as atividades realizadas estão a prestação de serviços hospitalares pelo Hospital
São Francisco, feira de artesanato, brick beneficente, apresentação de bandas
escolares, brinquedos infláveis e distribuição de algodão doce.
O
evento ocorre uma vez por ano, sempre no dia 10 de dezembro, Dia Internacional
dos Direitos Humanos.
A
promoção do evento é da 5ª CRE, Departamento Pedagógico, contando com apoio da
Secretaria Municipal da Educação (SME), Secretaria Municipal de Serviços
Sociais, Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), Fórum dos Conselhos, Conselho
de Ensino Religioso (CONER) e GPel.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Encontro Regional de Alfabetizadores do PNAIC
O Encontro Regional de Alfabetizadores do PNAIC (Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa) ocorreu nesta terça-feira (10) no Colégio
Estadual Cassiano do Nascimento em Pelotas.
O
evento contou com apresentações artísticas e pronunciamento dos representantes
da 5ª CRE e da Universidade Federal de Pelotas na sua abertura. No seguimento,
aconteceram apresentações de trabalhos de 17 Orientadoras responsáveis pelos
municípios de Jaguarão, Arroio Grande, São Lourenço, Cristal, Canguçu, Amaral
Ferrador, Herval, Pinheiro Machado, Cerrito, Pedro Osório, Piratini, Santana da
Boa Vista, Capão do Leão, Morro Redondo e Pelotas.
O Pacto
traz o diálogo entre a formação básica e o ensino superior, tendo como atividades
formativas o estudo dirigido de textos, vivências dinâmicas, jogos, análise de
atividades, livro da vida e leituras deleite. Os materiais, referências
curriculares e pedagógicas, são disponibilizados pelo MEC, com foco na
alfabetização e letramento.
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