quarta-feira, 26 de março de 2014

Transição agroecológica dá seus primeiros frutos



A transição agroecológica nas escolas técnicas agrícolas, implantada pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), está dando seus primeiros frutos. A Escola Estadual de Ensino Médio Ildefonso Simões Lopes, de Osório, e a Escola Técnica Estadual de Canguçu, são dois exemplos do trabalho já realizado. As mudanças vão de alterações nos currículos à difusão da agricultura ecológica, através da extensão junto a pequenos agricultores.
O vice-diretor de cursos técnicos da escola Ildefonso Simões Lopes, Carlos Fontoura, explica que a instituição está localizada em uma Área de Proteção Ambiental (APA) e desenvolve atividades de extensão rural com os pequenos agricultores que vivem na área. Este trabalho será estendido para as escolas do campo. Fontoura diz que o currículo motiva os alunos a realizarem pesquisas. “Atualmente temos oito projetos de pesquisa em andamento. A agroecologia é uma ciência, que tem mais tecnologia do que a agricultura tradicional”. A escola produz hortaliças, plantas medicinais e agro florestas.
A Escola Técnica de Canguçu já utiliza a agroecologia há 12 anos e tem a disciplina em seu currículo. O diretor da instituição, Antônio Maia, conta que a iniciativa da Seduc de fomentar a agroecologia veio potencializar o trabalho realizado. A escola utiliza uma propriedade (cedida) para as praticas dos alunos, onde são plantados 18 hectares de soja. Em 2014, entre três e cinco hectares serão de soja não transgênica.  
Os recursos repassados pela Seduc viabilizaram a implantação de uma biofábrica, que permitirá a produção de ração orgânica, ultimo passo para a criação de aves de maneira totalmente ecológica. A produção de suínos que tem a sua etapa final realizada em confinamento passará a ser toda ao ar livre. Maia diz que: “Assim os animais sofrem menos stress e não há comprometimento da produtividade. Estamos fazendo a transição de maneira muito segura”, conclui o diretor.
O processo de transição
O processo de transição para a agroecologia nas 27 escolas técnicas rurais do Estado começou em 2013. Cada escola recebeu da Seduc R$ 44 mil para iniciar o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e os professores tem passado por formação continuada. Este processo contou, inclusive, com depoimentos de agricultores que já adotaram a agroecologia em suas propriedades.
A iniciativa busca transformar as escolas técnicas rurais em unidades didáticas agroecológicas e estimular os estudantes a realizarem estágios em propriedades familiares e em escolas do campo. Assim, é incentivada a permanência dos jovens no meio rural e a sucessão familiar nas pequenas propriedades. A concepção pedagógica está baseada na politecnia, no trabalho como Princípio educativo, na Pesquisa, na unidade entre Teoria e Prática e na Interdisciplinaridade. O currículo é integrado entre o Ensino Médio e a Educação Profissional.

Fonte: http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/noticias_det.jsp?ID=13536